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Quem tem medo do feminismo negro? Djamila Ribeiro


Hey, Pockets! 

Aqui é a Evelyn e eu venho aqui para “tietar” a inspiradora Djamila Ribeiro e sua obra que fala de perto, direto com a carne, sobre a pele, com a vivência de uma mulher preta. Certa vez ouvi dizer que “quando uma mulher negra morre, uma biblioteca tem fim por meio do fogo”, ler “Quem Tem Medo do Feminismo Negro?” me fez notar que a mulher negra não precisa morrer para uma biblioteca ser lambida pelo fogo; basta cercear seus pensamentos, calar sua voz e deslegitimar sua luta. E somos mortas que respiram diariamente, porém lá estaremos de pé amanhã, para resistir ao fogo, ao silêncio, à violência. Djamila escancara as feridas, dando voz aos crivos sociais, sem medo de se comprometer, se expor, muito menos sangrar as dores e vulnerabilidades das mulheres negras.


"Ela [Bell Hooks] ainda me ensinou a diferença entre identidade vitimada e resistência militante, mostrando o quanto as mulheres negras vêm historicamente entendendo a necessidade de construir redes de solidariedade política em vez de se fixar numa narrativa imutável de não transcendência."

Ao dar visibilidade a outras mulheres pretas, a autora de Lugar de Fala possibilita caminhos de pesquisa em âmbito nacional e internacional, sem se eximir da grande responsabilidade de criar empatia com seus leitores; rasgando o verbo quanto às raízes em contraste com as falácias dos livros de história entre as décadas de 1980 até meados dos anos 2000.

Lembro que nas aulas de história sentia a orelha queimar com aquela narrativa que reduzia os negros à escravidão, como se não tivessem um passado na África, como se não houvesse existido resistência.


Ribeiro traz à baila o cabelo crespo, a religiosidade candomblecista vinda da África e cultuadas às escondidas, endemoniadas, sacrificadas e quase sufocadas pelos senhores de escravos; embora a abolição da escravatura tenha sido em 1888, a perseguição ainda arranha a garganta e fere os pulsos por conta dos grilhões nos corpos de nossos ancestrais. Djamila valsa com as dores numa canção triste, mas que resiste, sobretudo - nós - as mulheres pretas. Afinal, quem tem medo do feminismo negro? A filosofa responde, em primeira instância, que são os privilegiados, que tendem a ignorar a relevância urgente das mulheres negras na sociedade e o risco que toda humanidade corre enquanto somos “alvo de constantes ataques” e vai além:

"Ou seja, ela [Sojourner Truth] já anunciava [entre 1960 e 1980] que a situação da mulher negra era radicalmente diferente da situação da mulher branca. Enquanto àquela época mulheres brancas lutavam pelo direito ao voto e ao trabalho, mulheres negras lutavam para serem consideradas pessoas."

Exaltando Maju Coutinho, Serena Williams, desmistificando o empoderamento feminino, explicando de forma quase didática a dialética da sexualização descabida do corpo negro e de quebra espetando com vontade os vícios de julgamento social, Djamila Ribeiro, com pouco mais de 150 páginas prescreve o remédio necessário para tratar do racismo, machismo, misoginia que acomete a humanidade. De forma brilhante, este belo exemplar deveria ser sugerido dentro das salas de aula, rodas de conversa e nos lares de pessoas - sobretudo mulheres - negras.


"Racismo é um sistema de opressão que visa negar direitos a um grupo, que cria uma ideologia de opressão a ele. Portanto, fingir-se de bom moço e não ouvir o que as mulheres negras estão dizendo para corroborar com o lugar que o racismo  e o machismo criaram para a mulher negra é ser racista."

Sugestão musical: “Macumbeira”

Álbum: Macumbeira

Cantora: Jessica Ellen

No mais, é isso.

Fiquem bem e seguros.

Juízo!

Beijinhos Trevosos.




6 comentários:

  1. O livro é bastante interessante, o livro traz uma reflexão sobre o feminismo negro, a leitura é bem fluida, esse livro tem um tema importante que precisa ser falado, bjs.

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  2. oi!
    Eu adorei s sugestão de livro :D é bem interessante, não conhecia a autora. Irei ler com certeza..

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  3. olá tudo bem.
    adorei conhecer esta historia linda, este livro bem abrir os olhos a muita gente porque somos todos iguais e não interessa a cor, o cabelo, mão e isto que nos destinge, pois somos todos iguais.
    é muito importante, optima sugestão

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  4. Oi, tudo bem? Já ouvi falar da autora mas ainda não tive oportunidade de ler esse livro. Achei incrível ela resgatar memórias da infância e adolescência e também mostrar essa questão do preconceito racial e feminismo. Não leio muito a respeito mas acredito que é sempre bom aprender algo novo concorda? Um abraço, Érika =^.^=

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  5. Adorei a sugestão de leitura, obrigada!
    Vou compartilhar com meus amigos e conhecidos, é um assunto muito importante para aprender.

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  6. Tentarei encontrar o livro para ler. Achei super interessante e dentro da temática do mais recente livro que comprei para a minha filha de 6 anos "Histórias de Adormecer para Raparigas Rebeldes - 100 mulheres imigrantes que mudaram o mundo". Conhece?

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