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MEIA-NOITE, EVELYN! - BABI A. SETTE - A HORA DO CHÁ

Oi pockets!

Hoje a nossa "Hora do chá" vai ser cheia de  amor e fantasia. Quem não ama um conto de fadas?

Eu amo, mas confesso que tenho o pé atrás com releituras de contos de fadas. Este livro foi recebido em parceria com a Record e como se tratava de romance, de uma autora nacional (por sinal o ultimo livro que li dela, o maravilhoso "Senhorita Aurora"), e veio autografado no meu nome eu não ia perder a oportunidade de ler esta maravilha.


Título: Meia-Noite, Evelyn!
Autora: Babi A. Sette
Editora: Verus
Páginas: 392
Classificação: 5
Sinopse: Em Meia-noite, Evelyn!, Evelyn Casey precisa se casar. Do contrário, corre o risco de perder tudo o que mais ama no mundo: as terras onde cresceu, a casa pela qual lutou e, principalmente, a tutela da meia-irmã, Violet. Esse caos é culpa de três homens: o padrasto, que morreu na ruína; o irmão dele, conde Derby; e Harry Montfort, o mulherengo e inconsequente filho de seu padrasto. Harry Montfort odeia os nobres, o reino e a alta sociedade inglesa, apesar de muito a contragosto ser um duque. Ele está satisfeito com a vida de empresário bem-sucedido em Nova York. Mas, quando o maldito tio entra com um pedido na Câmara dos Lordes para assumir o título que Harry abandonou e a própria rainha o convoca, ele se vê obrigado a retornar à Inglaterra para exorcizar de vez os fantasmas do passado.
Mas Harry não contava que a breve estadia no reino fosse virar um pesadelo — é o que acontece quando a monarca exige que ele se case e assuma suas responsabilidades como duque. E contava menos ainda que fosse cruzar com uma ruiva impulsiva e cheia de personalidade: Evelyn Casey, a filha de sua madrasta.
Uma vez reunidos, Evelyn e Harry entendem que um casamento de aparências é a solução para todos os seus problemas. Mas será que um deles — ou os dois — cometeriam a loucura de se apaixonar?
Em Meia-Noite, Evelyn!, temos um casal com a ideia perfeita, que tem tudo para dar certo. Mas o coração não costuma obedecer de bom grado à razão. (Skoob)


"-Tudo vai dar certo, Evelyn. Sei como é difícil vencer certas imposições sendo uma mulher sem posses em uma sociedade patriarcal."

Resenha: Como já mencionado na sinopse, Evelyn Cassey precisa de um casamento! Mas não qualquer casamento. Depois de perder o pai e ver sua mãe se casar com um nobre, Duque de Rutlake, que por sinal arruinou a família e dilapidou toda a grana, ela precisa se casar com um nobre para conseguir manter a irmã caçula Violet, que ela vê quase como uma filha, sobre seus cuidados e garantir o futuro da irmã do meio Lisa.
Evelyn já na primeira experiência na corte, em seu debut, não foi das melhores, ela chegou a ser comparada a "borralheira", mas ela esta determinada a fazer o que for preciso para conquistar um nobre e se casar de preferência por amor.
Lorde Harry Mantort, filho do padastro, deixou Londres para morar nos Estados Unidos depois de uma terrível briga com o pai e o desaparecimento de sua irmã Jane. E se ele não retornar para tomar posse do título e das terras elas serão expulsas de Belgarden Castle pelo Lorde Eduard Wood, terceiro conde de Derby.

Harry nunca desejou voltar a Londres nem assumir o título, mas tão pouco permitira que o tio fique com ele. Quando recebe a carta de Evelyn ele decide retornar com seu amigo e parceiro de negócios, Willian Blake. 

"Permaneceram por alguns momentos ainda se encarando, sem ar. No tempo do relógio foram apenas alguns segundos, mas no tempo do coração foram uns trezentos anos." 

Eu me apaixonei pela história da Evelyn e do Harry nas primeiras páginas, pois mesmo sendo um romance a autora consegue criar uma protagonista que não esta esperando ser salva. Ela sabe o que quer e corre atrás, ela é decidida, linda, amorosa, determinada a fazer o que for necessário para cuidar das irmãs. O casal tem aquela química que te envolve e faz você torcer por eles. Os antagonistas são odiosos  e quanto mais você se envolve na trama mais raiva e ranço tem do conde Derby.

"-Lamento muito - ela disse baixinho e realmente sentia. - Não devia lhe julgar. Esse é o problema de quase todos, muitas vezes julgamos e condenamos sem saber pelo que o outro passou ou está passando. Olhamos somente o exterior, o aparente.

 - Muitas vezes o exterior é apenas o que sobra - ele murmurou. - O resto esta vazio. O vazio e o conforto para arrefecer a raiva.

Harry tem um passado do qual ele se envergonha muito, algo que aconteceu com ele quando ainda era muito jovem o marcou profundamente, mas o que dói mais que tudo e que quando ele buscou ajuda no pai foi ridicularizado por ele, que não quis acreditar no filho.

Acho que a autora foi muito corajosa ao tratar de um tema tão complicado como o abuso sexual de crianças em seu romance, principalmente por se tratar de um menino, pois meninas sendo abusadas é mais recorrente. 
"Talvez aí esteja o final feliz de verdade: reconhecer que nenhuma história e alegre do começo ao fim."

O relacionamento entre os protagonistas não tem joguinhos e eles vão aprendendo a confiar e se ajudar. 

"Você não sabe como o mundo é um lugar difícil para as mulheres."

Apesar de a maioria dos contos de fadas terminar no casamento, neste o felizes para sempre ainda precisa de mais alguns capítulos para acontecer, e mesmo sendo um romance de época a autora busca inspiração em acontecimentos reais, quando cria a personagem Anne Price, inspirada em Josephine Butler - e a jornalista lady Solace, inspirada em Willian Tomas Stead.

NOTAS:

Imagem do Google
Josephine Elizabeth Butler foi uma feminista e reformista inglesa da Era vitoriana. Ela fez campanha em favor do sufrágio feminino, de melhor acesso a educação para mulheres, igualdade perante a lei, fim da prostituição infantil e contra o tráfico de mulheres e crianças europeias para prostituição.

O jornalista investigativo William Thomas Stead da Gazette Mall Pall foi fundamental para expor o problema da prostituição infantil no submundo de Londres através de um acrobacia publicitária. Em 1885 ele "comprou" uma vítima, Eliza Armstrong, a filha de 13 anos de um limpa-chaminés, por cinco libras e levou-a para um bordel onde ela foi drogada. Em seguida, publicou uma série de quatro exposições intitulada The Maiden Tribute of Modern Babylon, que chocou seus leitores com contos de prostituição infantil e o rapto, aquisição e venda de jovens virgens inglesas para "palácios de prazer". O "Maiden Tribute" foi uma sensação instantânea com o público leitor e a sociedade vitoriana foi lançada em um tumulto sobre a prostituição. Temeroso de tumultos em escala nacional, o Ministro do Interior, Sir William Harcourt, pediu em vão a Stead para cessar a publicação dos artigos. 
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Uma grande variedade de grupos de reforma realizaram reuniões de protesto e marcharam juntos para Hyde Park exigindo que a idade de consentimento fosse aumentada. O governo foi forçado a propor a Lei de Alteração do Direito Penal de 1885, que aumentou a idade de consentimento para 16 e restringiu a prostituição.

A idade de consentimento é a idade em que uma pessoa é considerada legalmente competente para consentir em atos sexuais e é, portanto, a idade mínima em que, outra pessoa acima ou na idade de consentimento está autorizada a exercer atividade sexual com ela. (Wikipedia)


E nada melhor que este este trecho lindo do livro , uma  Antiga benção Celta, para fechar nosso post da "Hora do chá" em 2020:  

"Que o caminho venha ao teu encontro. Que o vento sopre sempre às suas costas - (...) E que a chuva caia suave sobre o teu campo. E, até que voltemos a nos encontrar, que Deus te sustente suavemente na palma de sua mão. - (...) Que vivas todo o tempo que quiseres e sempre vivas plenamente. (...) Lembra sempre de esquecer as coisa que te entristeceram e não esqueças de te lembrar das coisa que te alegram. (...) Lembra sempre de esquecer os problemas que já passaram mas não deixa de lembrar das bençãos de cada dia. (...) Que o dia mais triste do seu futuro não seja pior  que o mais feliz do seu passado."

E que tal se agora você der uma chance para este romance lindo e cheio de aprendizado. Para mim sem duvida uma das melhores leituras de 2020 sem duvidas.

Beijos,
Até 2021 para mais uma chá delicioso!




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