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O botão vermelho - Felipe Tazzo

Oi Pockets!

A dica hoje é de um livro nacional que foi uma surpresa, o autor Felipe Tazzo construiu uma história que nos faz refletir bastante e nos questionar o que faríamos no lugar de Roberval. E até mesmo sentir por ele, mesmo não sendo um “exemplo” de pessoa.
Roberval (Rô, para os íntimos) é um malandro, sempre viveu de seus trambiques, furtos e golpes, tanto que nem a família e o pessoal do bairro confiavam nele, já que ele devia para todos. Já tinha sido preso e mesmo assim não tomava jeito. Tinha empregos esporádicos, mas não conseguia efetivar, pois sua necessidade de ter tudo fácil era maior. Roberval, se vê mais uma vez desempregado, veste seu velho terno e vai à agência de empregos que fica no seu bairro, se surpreende ao se deparar com um local estranho e um velhinho que mal olha para seu currículo.
Mas, mesmo assim, quando elas iam para a aula, aí vinha o silêncio. A gente realmente aprende a valorizar o silêncio, não é?
Mas este idoso faz perguntas diretas, as quais Rô já têm respostas prontas, usando seu velho jogo de cintura e sua lábia de malandro. Consegue o emprego, e qual não é a surpresa? Um salário maravilhoso de R$20 mil (QUEM NÃO QUERIA???), e ainda por cima em uma casa luxuosa, onde será o zelador e terá apenas de apertar um botão, além do lugar ser todo seu. Roberval no início vai se esbaldar com o espaço e a dispensa cheia, e não perceberá o quão é estranho esse trabalho, além do fato da casa não ter vida alguma, de tudo ser silencioso, como se estivesse em um local com isolamento acústico.
O silêncio ainda rondava pelos seus corredores. Roberval podia vê- lo assomar nas janelas e portas da casa. Era ousado esse silêncio.
Uma casa longe de qualquer uma outra, com móveis específicos e “visitas” marcadas e cronometradas de equipes de serviços para quando a casa tivesse algum equipamento danificado ou tivesse suja ao extremo. Esses eram os únicos contatos com pessoas que Rô tinha, e mesmo assim eles não ligavam para a falação dele.
É preciso ter um mínimo de importância na vida das pessoas para que se desperte ou o amor, ou o ódio.
Roberval começa a se sentir angustiado com o silêncio, o tempo e a solidão que começam a consumi-lo, nunca tinha percebido o quanto esses elementos interferem na sua vida. O quanto isso fará sentir falta da família, mesmo não tendo uma boa relação com eles, e até mesmo de falar com alguém, jogar conversa fora ou melhor usar sua lábia. Aos poucos, ele se torna íntimo dos 3 elementos, que são sua única companhia.
Assim é a mente humana: mesmo sendo construída sobre pragmáticas certezas, guarda, em seus cantinhos, pequenas poças de inabalável fé na mentira.
A história de Roberval nos faz pensar, o quanto aceitamos algumas situações por dinheiro. O quanto não questionamos ações que nos sãos pedidos à executar. O quanto conversar, ver pessoas, escutar o som de algo nos faz falta no dia à dia, mesmo que não tenhamos uma interação direta. A angústia de Rô é tão intensa que acabamos esquecendo o quanto ele já prejudicou outras pessoas ou as besteiras que fez, pois é palpável seu desespero.
Não era amor, dizia para si mesmo. Era Solidão, essa ardilosa criatura peçonhenta, que entorpecia seus antes afiados sentidos.
Essa história é daquelas que você não consegue largar, ficamos o tempo todo nos questionando o que faria ou porque ele não larga esse emprego (mesmo sendo um salário alto), e acho que isso traz um ponto muito importante em relação a nossas decisões, será que vale a pena você ter um bom salário, mas ser infeliz?
Estar sozinho não era novidade, saibam. Era meu esporte. Meu hobbie. Hoje, é… é diferente. Essa Solidão aqui é outra.
Está em um emprego, uma vida ou situação que vai acabando com você aos poucos por dinheiro? Além disso, tem o fato de você não saber lidar com o silêncio, o tempo e a solidão, ou seja, não saber ficar na sua própria companhia (acredito que foi um sentimento que foi muito amplificado na pandemia).
Lado a lado, o Tempo e o Silêncio o cercavam e sufocavam.
Eu queria poder falar mais sobre esse livro, mas só lendo para entender o quanto ele vai te surpreender e mexer com suas emoções. E claro, o final inesperado que até agora não caiu a ficha, Tazzo socorroooooooo. Só posso recomendar.




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