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DOCUMENTÁRIO - DENTRO DA MINHA PELE

Foto divulgação Globoplay

Oi Pocktes!
Gente, depois de ver este documentário, eu não consegui resistir e “resenhei” daquele meu jeito.
Na verdade não escrevi no afã de postar, foi mais uma explosão mas resolvi que valia a pena dividir com vocês.

Poster divulgação
 Título original: Dentro da Minha Pele
 Duração: 1h 25min
 Direção: Toni Venturi, Val Gomes
 Elenco Principal: Toni Venturi
 Gênero: Documentário 
 Ano de Lançamento: 2020
 País: Brasil 
 Censura: 12 anos - linguagem imprópria, violência.

Sinopse: Nove pessoas comuns, com diferentes tons de pele negra, apresentam seu cotidiano na cidade de São Paulo e compartilham situação de racismo, dos velados aos mais explícitos.

Quando vi a propaganda do documentário “dentro da minha pele”, fui buscar informações, equipe e profissionais por trás das câmeras, fiquei um tanto reticente em assistir, visto que o diretor-geral da película era um homem cis, branco; assinado por Toni Venturi.
Nos primeiros 10 minutos já estava totalmente arrepiada, desta forma voltei ao início e comecei a anotar pequenos trechos que mais me tocaram, de diversos assuntos, comentados por todo tipo de gente. De auxiliar de serviços gerais à historiadores; de artistas à universitários, bailando passos tristes e extremamente reais, pingando suor, sangue e lágrimas.
Diante de um tema tão delicado o diretor do documentário, Toni Ventura, se perguntou “como um branco faz um filme antirracista?”, ele mesmo se respondeu ao selecionar uma equipe em sua maioria negra e um elenco com uma fala simples, forte, crítica e com respaldo da dignidade humana. 

Um ponto muito recorrente no documentário é a relação do estudo para com o “embranquecimento”. Seja você um negro de pele clara ou retinto, intruir-se vira uma alvo para hostilizar o negro disfarçando-se de meritocracia e elogio o preconceito racial.
Este mesmo médico, saído do analfabetismo funcional, dos confins do Brasil em busca do sonho: um dos cursos mais concorridos do país. Tirou as escamas dos olhos não somente ao se formar. Percebeu a falta de representatividade, pertencimento ao ser julgado como técnico de enfermagem e uma senhora - branca - se recusar a ser tocada por ele, uma vez que exigia um médico para lhe colher o exame. Estefanio questiona e eu reafirmo a questão: por que ele não tem cara de médico? 
Ainda no âmbito dos estudos, Wellison Freire e Jennifer Andrade, jovens pretos recém ingressados na UGV - Universidade Getúlio Vargas -, discutem suas situações cotidianas. Enquanto Wellison assinala novamente a questão do pertencimento, da conexão criada quando você vê um irmão negro e a sensação de “não-lugar”, pois ele está ali, naquela instituição educacional, porém ao mesmo tempo não está, por não sentir-se dentro dali, visto que está dentro-fora da bolha branca e de classe média alta, ao contrário dele e da colega, que são de comunidade. Já Jennifer problematiza as piadas de péssimo gosto pelo fato de ser cotista. “(...) está ocupando a vaga que meu pai paga, mas não é nem a empregada, nem a globeleza.” Como muitos no nosso país, a universitária afirma que sempre pensou em fazer um curso técnico para contribuir com trabalho braçal, entrar no ensino superior a fez desejar contribuir com trabalho intelectual; ouvir as “brincadeiras”, não encontrar representatividade e encarar as dificuldades diárias não é fácil, entretanto é ainda pior ter que explicar o porquê disso ser errado.
O documentário ainda cita os abusos trabalhistas, do racismo nada velado da polícia, a linha que conduz o preconceito racial, além de um mundo onde nascer preto, pobre e periférico (PPP) é uma sentença que inclui tanto quem permanece nesse nicho quanto quem sai dele.

Nós somos filhos da escravidão, o resto é bobagem.
Jessé Souza - sociólogo

A violência é a parteira da história, não é isso?
Sueli Carneiro - filósofa
De forma geral, a película não fala sobre vitimismo, muito pelo contrário, são frações de vidas que representam vidas inteiras e que realmente importam.
"O ativismo negro na maioria dos casos nenhuma ação, nenhuma prática foi feita em nome de uma vingança, e talvez fosse até interessante fazer, matar meia dúzia de brancos cruelmente e usar como argumento racista, talvez a sociedade se tornasse mais sensível essa questão do racismo antinegro, mas nós ainda não nos capitalizamos em termos de perversidade para operar nesse campo."
Salloma Salomão - historiador e artista 

No mais, é isso. A minha, as nossas, Vidas Negras Importam.
Fiquem bem. Juízo!
Beijos trevosos.




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