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O GUIA DO CAVALHEIRO PARA O VÍCIO E A VIRTUDE

Oi Pockets!
Tudo bem com vocês?
A dica de hoje foi um recebido especial do Grupo Editorial Record para o mês do Orgulho LGBTQIA+, um romance de época muito gostoso de ler da autora Mackenzi Lee.
Mas antes de falar sobre o livro quero falar que hoje é o DIA MUNDIAL DO ORGULHO LGBTQIA+, movimento político e social de inclusão de pessoas de diversas orientações sexuais e identidades de gênero. Mas você sabe o que significa essa sigla? Entenda o que cada letra significa e a importância que elas têm.

L - lésbicas: mulheres que sentem atração afetivo/sexual pelo mesmo gênero.

G - gays: homens que sentem atração afetivo/sexual pelo mesmo gênero.

B - bissexuais: homens e mulheres que sentem atração afetivo/sexual pelos gêneros masculino e feminino. (Pessoas que sentem atração afetiva/sexual por todos os gêneros se identificam como pansexuais).

T - transexuais ou transgêneros: pessoas que se identificam com outro gênero que não aquele atribuído no nascimento, inclusive dentro do espectro não-binário. Trata-se de um conceito relacionado à identidade de gênero e não à orientação sexual/afetiva.

Q - queer: pessoas que se auto identificam como gênero queer transitam entre os gêneros feminino e masculino ou em outros gêneros nos quais o binarismo não se aplica. O termo faz referência a teoria Queer, que afirma que a orientação sexual e identidade de gênero são o resultado de uma construção social e não de uma funcionalidade biológica.

I - intersexo: pessoas cujo desenvolvimento sexual corporal - expressado e hormônios, genitais, cromossomos, e/ou outras características biológicas - não se encaixa na norma binária.

A - assexual: pessoas que não sentem atração afetiva e/ou sexual por outras pessoas, seja de maneira parcial, condicional ou total, independentemente do gênero.

+ : o mais abriga todas as diversas orientações sexuais, identidades de gênero e questões biológicas que conhecemos ou ainda vamos conhecer.

Agora que estamos bem esclarecidos sobre a sigla LGBTQIA+ vamos ao livro O GUIA DO CAVALHEIRO PARA O VÍCIO E A VIRTUDE.

Título: O guia do cavalheiro para o vício e a virtude
Série: Montague Siblings #1
Autora: Mackenzi Lee
Tradução: Mariana Kohnert
Editora: Galera Record
Ano: 2018
Páginas: 434
Nota: 4 de 5 estrelas
Sinopse: "Uma aventura romântica do século XVIII para a era moderna. Simon Versus a Agenda Homo Sapiens, encontra os anos 1700.
Henry "Monty" Montague nasceu e foi criado para ser um cavalheiro, mas nunca foi domado. Os melhores internatos da Inglaterra e a constante desaprovação do pai não conseguiram conter nenhuma das suas paixões - jogos de azar, álcool e dividir a cama com mulheres e homens.
Mas agora sua busca constante por uma vida cheia de prazeres e vícios está em risco. O pai quer que ele tome conta dos negócios da família. Mas antes Monty vai partir em seu Grand Tour pela Europa, com a irmã mais nova, Felicity, e o melhor amigo, Percy - por quem ele mantém uma paixão inconsequente e impossível. Monty decide fazer desta última escapada uma festa hedonista e flertar com Percy de Paris a Roma. Mas quando uma de suas decisões imprudentes transforma a viagem em uma angustiante caçada através da Europa, isso faz com que ele questione tudo o que conhece, incluindo sua relação com o garoto que ele adora."

Nessa aventura-ficção-histórica-fantasia-romance-queer vamos conhecer Monty (Henry Montague) que é o primogênito de sua família e como o costume da época, já nasceu sendo criado para comandar as terras e aumentar a herança da família, mas ele tem "um grande problema" que descobre muito cedo e o faz ser expulso de vários colégios e conquistar o ódio de seu pai, Henry gosta de homens e mulheres. Aí você imagina, se ainda é um tabu nos dias atuais com toda essa visibilidade que estamos tendo, imagine em 1700.

Ele sai em companhia de Percy para o seu Grand Tour pela Europa. Percy é seu melhor amigo e depois do tour ficará na faculdade de direito. Inteligente e doce, Percy carrega seu violino, única herança de seu pai, para todos os lados. Por ser negro, a cor de sua pele chega bem antes que suas ideias e até mesmo dinheiro, o preconceito velado acontece muito com ele durante o livro. E o que me deixa triste em algumas cenas é que não é algo que acontece só no passado, mas também nos dias atuais, por isso a luta contra o racismo, como por exemplo a onda que estamos vivendo com as  #BlackLivesMatter ou #VidasNegrasImportam são tão importantes.

Além de Percy, Henry precisa dividir a companhia de sua irmã Felicity, uma mulher assim como muitas outras que são obrigadas a se ofuscarem, ela é muito a frente do seu tempo e não está nada feliz de ter que ir para a escola de etiqueta. Felicity é devoradora de livros e tem um vocabulário tão afiado quanto o seu humor. Ela é uma das peças chaves para o livro e nos mostra como desde sempre, as mulheres são oprimidas, dadas como burras e impedidas de fazer o que é o melhor pra elas.

O livro é narrado em primeira pessoa e juntos vamos enfrentar grandes problemas externos, além dos internos que o personagem passa e é visível para nós leitores durante todo o livro. Durante a narrativa vemos um pequeno crescimento de Monty, mas não tanto quanto o esperado. Monty não consegue ver seus privilégios em muitos casos e sempre se vitimiza. É um personagem que aprendemos a gostar, mesmo que quase sempre querendo dar três tapas na cara dele. Nos emocionamos com partes de sua história e como ele é completamente apaixonado pelo seu melhor amigo, mesmo que às vezes ele se mostre um completo idiota, e sim, ele é um mocinho bem burro.

A forma como Percy e sua sexualidade é tratada me deixou bem feliz, mesmo que eu quisesse que ele fosse mais firme com algumas atitudes de Monty e o fizesse ver como ele foi um completo idiota e como as atitudes deles magoaram muito.

Além da sexualidade do nosso mocinho e de alguns outros personagens e o racismo já citados anteriormente, vamos encontrar temas como a educação da mulher e o preconceito com mulheres, ainda mais incisivamente com mulheres inteligentes como é o caso de Felicity. A autora ainda vai falar de doenças e tratar delas de maneira natural, como a epilepsia, que no livro não é curada magicamente, o que poderia acontecer por ele ter elementos mágicos.

No final, eu adorei o livro, não dei cinco estrelas por causa da raiva que passei, mas é uma leitura que indico para todos que querem se divertir e refletir com uma viagem que deu meio errado de jovens do século XVIII. A autora os faz viajar entre os países e paisagens com ricos detalhes de alguns pontos turísticos.


As seguir estão trechos do livro, pois nesse livro eu tirei conversas inteiras e não apenas pequenos trechos como costumo e ainda não postei todos, pois vocês iriam me matar kkk.

"...sempre achei que a sutileza fosse uma perda de tempo. A fortuna favorece os que flertam."


"Não consigo decidir se prefiro deixar as mãos no cabelo dele ou fazer algo quanto a tirar sua camisa do caminho — estou me sentindo descontrolado e atrapalhado, incapaz de me comprometer com um único lugar no qual colocar as mãos porque quero tocar Percy em ab-so-lu-ta-men-te todos os lugares. Aí ele empurra a língua para dentro da minha boca e fico momentaneamente distraído pela forma como a totalidade de meu ser se desfaz com essa sensação. É como ser incendiado. Mais do que isso — é como se estrelas explodissem, como se os céus estivessem em chamas. Beijar Percy é algo incendiário."


"Sinclair é enviado na frente para encontrar alojamento em Marselha, mas estalagens ao longo do caminho são escassas, e frequentemente nos vemos catando alojamentos. Seria mais fácil, mas temos Felicity, a a maioria dos lugares não aceita moças — ou negros, e Percy é escuro o suficiente para que às vezes sejamos barrados por causa dele."


"— Se ele pudesse me espancar até tirar isso de mim, eu teria deixado há muito tempo."


"É algo estranho, querer morrer. Ainda mais estranho quando não se sente que merece escapar tão facilmente. Eu deveria ter lutado mais contra mim mesmo, ter trancafiado tudo aquilo melhor. Não deveria ter vontade de agir de acordo com meus instintos não naturais. Não deveria ter me sentido tão grato e aliviado e menos sozinho pela primeira vez na vida quando Sinjon Westfall me beijou atrás dos dormitórios na véspera de São Marcos, nem deveria ter me sentido tão certo de que ninguém jamais poderia me fazer sentir vergonha daquilo. Nem o diretor, nem meus amigos em casa, nem os outros garotos da escola. Durante todo o tempo entre ter sido descoberto e esperar para ser levado embora, eu me sentira tão desafiador e em meu direito, inabalável na certeza de que não fizera nada errado, mas meu pai arrancou aquilo de mim imediatamente."


"— Você dará uma bela governanta algum dia com esse entusiasmo por obedecer às regras —zombo, fazendo uma careta. — A tal escola de etiqueta não terá nada para lhe ensinar. Felicity enfia o polegar na boca e chupa a cobertura.
— Talvez eu não queira ir para a escola.
— Claro que quer. Reclamou durante anos sobre o quanto queria uma educação e agora pode parar de ser irritante, pois finalmente vai ter o que quer.
Minha irmã faz um biquinho.
— Sabe, é por dizer coisas assim que a maioria das pessoas acha você insuportável. —As pessoas me acham insuportável? — Quando diz as coisas dessa forma, sim, é uma palavra que eu usaria. —Só estou sendo sincero! — Seja um pouco menos sincero e tenha um pouco mais de tato. —Você fez tanto alarde…
— Sim, por uma educação. Uma educação de verdade, não uma escola de etiqueta…onde vão me enfiar em espartilhos e me intimidar para ficar calada.
Realmente, Felicity não é um cavalo manso. Uma escola de etiqueta arrancará todo esse vigor dela, e embora eu jamais tenha sido muito afeito a minha irmã, a ideia de uma Felicity calada e tímida, bordando e tomando chá é como uma pintura borrada.
Quase começo a sentir um pouco de pena, mas então ela estraga o sentimento disparando com amargura:
— Tem ideia de como é horrível assistir a meu irmão ser expulso do melhor internato da Inglaterra e então vê-lo viajar pelo Continente como recompensa, enquanto eu fico largada para trás, sem permissão de estudar as mesmas coisas ou ler os mesmos livros ou sequer visitar os mesmos lugares conforme estamos no exterior, só porque tive o azar de nascer menina?
— Recompensa? — Meu temperamento começa a se alterar para se igualar ao dela. — Acha que essa viagem é uma recompensa? Isso é uma última refeição antes de minha execução.
— Ah, que trágico, precisa governar uma propriedade, ser um lorde e levar uma vida boa, rica e confortável da forma como quiser."


"— É um alívio, na verdade. Eu não tinha certeza se você tinha a capacidade de realmente se importar com alguém.
Eu me curvo um pouco mais para a frente e quase deslizo para fora do sofá. O estofado é muito escorregadio.
— Teria sido bom se fosse alguém que não é meu melhor amigo. Ou alguém com quem eu realmente pudesse ficar. Ou, você sabe. Uma mulher.
— Achei que também gostasse de mulheres.
— Eu gosto, às vezes. Mas não quer dizer que não gosto de Percy mais do que de qualquer outra pessoa. Ela pressiona as têmporas.
— Desculpe, Monty, estou realmente tentando entender isso e…não consigo."

Espero que vocês gostem do livro, se divirtam e queiram bater no Monty tanto quanto eu kkk

Beijos


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